Oi Gente, estamos inaugurando uma parte nova neste blog cuja idéia é apresentar as memórias de infância das pessoas, principalmente das suas brincadeiras. Pra isto estou contando com a colaboração dos amigos para que possam dar seus depoimentos. Preferi começar divulgando um site cuja contribuição para o registro das memórias das pessoas tem sido fundamental. O Museu da Pessoa. Vejam duas pérolas que tive em mãos ao pesquisar sobre brincadeiras neste site...
"José Walderido Aquino de Oliveira - brincadeiras de dar choque
Nascido em 18 de julho de 1963, em Caruaru, interior pernambucano, cresceu entre as feiras e brincadeiras de Caruaru e as plantações de Arapiraca, em Alagoas. Aos nove anos, mudou-se com o pai e parte dos irmãos para Guarulhos. Anos mais tarde, decidiu voltar para sua terra, onde se fascinou pelo mundo do circo, com o qual viajou Brasil afora. Ao retornar para Pernambuco e mudou-se novamente para Guarulhos em busca de emprego. Hoje é Diretor Cultural e Social do Grêmio de da Aché. O seu depoimento sobre uma de suas brincadeiras de infância é um brinco! A criatividade das crianças não tem limite...
Museu da Pessoa (MP) - Que lembranças você tem desse tempo?Walderido - Ah, eu tenho várias, mas uma que me marca bastante é quando eu e meu primo... Meu primo morava com a gente também, a minha tia era separada e meus dois primos moravam com a gente na casa dos meus avós, em Alagoas. E a gente ia para linha do trem, passava o trem e a gente fazia faquinha. (risos) A faquinha que eu digo é assim: a gente pegava aqueles pregos grandes e colocava em cima do trilho, da linha. Quando o trem passava, ele amassava e fazia uma faquinha. (risos) E a gente gostava de fazer isso aí.
MP - Vocês usavam?
Walderido - Não, era só pelo prazer de amassar o prego. Ficava na forma de uma faquinha.
MP - Tinha outras brincadeiras que você lembra?
Walderido - A gente gostava muito de brincar de teatro. A gente imitava o pessoal da televisão: eu, ele, a minha prima, os colegas da escola... A gente jogava bola também. Tinha muita brincadeira legal. Mas o que a gente mais gostava era de representar. Era gostoso. (risos)
MP - O lugar que você passou o maior tempo da sua infância qual foi?Walderido - Foi em Caruaru.
(...)
Museu da Pessoa - Quantos irmãos você tem?Walderido - Seis irmãos.
MP - O nome deles?
Walderido - Walter Marcelo Aquino de Oliveira, Waldir Aquino de Oliveira, Maria Stella Aquino de Oliveira, Maria Luiza Aquino de Oliveira e Maria Adélia Aquino de Oliveira.
MP - Que lembranças você tem de você menino com os seus irmãos?
Walderido - Ah, eu sempre fui o mais danado, que eu era o mais velho. Como eu era o mais danado, o que eu fazia? A gente tinha um rádio lá em casa, que tinha um fiozinho que era para fora, e dava choque, aquele fiozinho. A gente, de brincadeira, botou uma placa em frente de casa escrito assim: "Dá-se choque". E a gente botava um preço. Por incrível que pareça, iam as crianças lá tomar choque. (risos)
MP - E pagavam?Walderido - Pagavam. Eu botava a mão no fio, pegava na mão de um, de outro e o último que se ferrava. (risos) Então era assim. Pegava na mão dos meus irmãos, e a corrente ia passando, e último é que se danava, que não tinha para onde ir. Mas a criança queria tomar um choque. E pagava para isso. (risos) Então essa brincadeira me marcou muito. E fazia também carrinho de rolemã. No quintal de casa era uma descida e a gente fazia umas estradas, eu fazia tudo isso daí. Falava que era um ônibus da linha, que ia passando para pegar o pessoal e levar para a cidade. E as crianças também, eu cobrava uma taxa para andar no meu carro. (risos).
Alexandre Guimarães Só de Castro - brincadeiras de detetive
Nascimento: 14/01/1968, Porto Alegre Profissão: Empreendedor Sócioambiental Projeto: Todo Mundo pode Mudar o Mundo - Campanha Ashoka Empreededores Sociais
Das brincadeiras como detetive na infância, em Porto Alegre, Alexandre se identificou como um investigador nato, ávido pelas descobertas, pela ação. Biólogo com mestrado em Ecologia, confessa que não se sente muito à vontade como professor em sala de aula. É fundador do Instituto Ilhas do Brasil, que desde 2004 desenvolve ações de fortalecimento das comunidades locais e desperta o interesse pela conservação e exploração sustentável dos recursos marinhos.
P – Fale um pouco da Associação dos Detetives.
R – Pois é, foi uma surpresa para mim, porque ficou esquecido. Foi um momento de resgate da infância. Tentando lembrar como eram as coisas, comecei a ver que havia deixado para trás atitudes que marcaram a minha forma de ser. Por exemplo, o fato de ser a pessoa que mobilizava os amigos para ter o que fazer. Sempre nos encontrávamos e meu papel era estimular esse processo. Quando eles acordavam, havia sempre coisas planejadas. Algumas davam certo e outras, não. Virou uma rotina e as famílias, os vizinhos já sabiam que isso acontecia.
P – Você comentou que passava logo cedo na casa deles.
R – Eu acordava às 6 horas da manhã e não tinha noção de que no final da semana as pessoas queriam descansar, porque eu não tinha essa sensação. Então, eu passava todos os dias. Meus pais morriam de vergonha, mas o que eles iam fazer? Até que, com seis anos, eu resolvi montar uma organização. Pedi ajuda para fazer as carteirinhas e o nome era Associação dos Detetives Secretos Metropolitanos. Na época eu não sabia, não tinha a menor idéia do que era metropolitano, mas achava bonito e devia ser algo importante. Éramos sete ou oito garotos nessa associação. Nosso trabalho era andar para conhecer os lugares que nem as pessoas que moravam ali perto conheciam. Eram sempre coisas ligadas à natureza. Subíamos nos muros das casas para ver o que havia nos quintais; se tinham bichos, frutas, porque também pegávamos frutas, é óbvio, e era muito divertido.
P – Teve algum caso de mistério que vocês investigaram?
R – Havia muitas coisas ligadas a mistérios porque algumas casas eram muito fechadas. Lembro-me da dona Dadá, em uma das casas. Ela furava as bolas que caiam lá dentro. Era uma coisa incrível. E dizíamos: “A Dadá está vindo aí!”. Tínhamos de correr, porque se ela furava as bolas de futebol devia ser muito má. Havia também aquelas coisas de criança, do tipo: testes para ficar na associação. Os critérios eram, claro, atividades esportivas e provas de resistência. Perto do campo havia uma luz que permitia jogar futebol até mais tarde. Só podia entrar na associação dos detetives quem tinha coragem para ficar por último e apagar a luz, porque todo mundo saía correndo quando a noite chegava. A luz não podia ficar acesa e alguém tinha que apagar a luz e voltar no escuro.
P – Quem era dessa turma? Você se lembra do nome das pessoas?
R – Sim. O Martin Roras, o Quico, o Carlos, que tinha o apelido de Sabiá. O Felipe, o Fabrício. Nos encontramos de vez em quando.
P – Tinha alguma garota que participava dessa turma?R – Tinha uma garota que jogava futebol conosco, a Fátima. Eu a encontro de vez em quando. Mas as meninas circulavam menos, ficavam mais em casa mesmo".
quem quiser saber mais visite: http://www.museudapessoa.net/
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MUSICAS E APOSTILA DA OFICINA BRINCANTE
domingo, 14 de dezembro de 2008
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testando comentário. rogerio
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