UFMG EDUCATIVA: entrevista brinquedos e brincadeiras e formação da criança

FAZ ASSIM! CANTORIAS E BRINCADEIRAS INFANTIS

OUÇA AQUI AS PRIMEIRAS MÚSICAS DE NOSSO CD: produção: Claudio Emanuel, Marilza Máximo e Rogério Correia Direção Musical: Silvia Lima e Christiano Souza Oliveira

Faz assim!

Despedida/ Samba mais eu

territorio do brincar

sábado, 31 de janeiro de 2009

Município de Contagem realiza pesquisa sobre o brincar das crianças em suas escolas.

O município de Contagem está preocupado com a qualidade do brincar das crianças em suas escolas. A pesquisa é fruto da parceria que estabelecemos junto à Secretaria de Educação de Contagem desde agosto de 2008. Nosso objetivo inicial era avaliar as compras e propostas de utilização de brinquedos realizadas naquele ano pelas instituições de Educação Infantil do município. A partir desse diagnóstico, seriam formulados novos critérios para aquisição e manutenção do acervo de brinquedos das respectivas escolas. A proposta ganhou um novo rumo no momento em que foi incorporada à discussão a necessidade de se investigar o papel dos jogos e brincadeiras nas propostas pedagógicas que as escolas formulavam para a infância. Entendendo por infância um tempo vivido pela criança que atravessa as duas modalidades de Ensino- a Educação Infantil e o Ensino Fundamental-, tal proposta apresentou-se como uma oportunidade de reunir num mesmo eixo de trabalho os dois setores, promovendo assim um intenso diálogo entre ambos. Apesar de estarmos tratando de realidades e etapas de ensino diferentes, nas discussões sobre a prática de jogos e brincadeiras como possibilidade de ensino foi possível encontrar questões comuns pertinentes a ambas realidades.

  • Quais são os espaços e tempos da escola voltados para o brincar das crianças?
  • Que tipos ou modalidades de jogos e brincadeiras são realizadas pelos professores?
  • Com qual intensidade os jogos e brincadeiras encontram-se presentes no cotidiano escolar e que tipo de apropriação a escola faz deles, seja como elementos da formação mais geral ou como instrumentos de ensino de determinadas áreas do conhecimento?
  • Que tipos de jogos, brinquedos e brincadeiras estão presentes nas escolas e como os professores, diretores e pedagogos justificam seu uso e sua presença?
  • Que concepções sobre o papel dos jogos e brincadeiras na formação e educação da criança orientam e justificam as escolhas e propostas feitas por profissionais das escolas?
  • Quais problemas e desafios relacionados ao tema da pesquisa enfrentam as escolas? Estas são algumas das questões que se fizeram presentes na formulação deste questionário.

A equipe organizada para a realização da pesquisa foi composta por representantes tanto da Educação infantil quanto do Ensino fundamental. Durante a etapa de construção do questionário além das questões que a equipe formulou a partir das observações nas escolas, tivemos acesso a uma bibliografia que orientou-nos na formulação das questões a serem investigadas. Uma dessas referências foi a pesquisa coordenada pela professora Tizuko M. Kishimoto (o texto está em nosso blog) também de tipo survey, realizada na cidade de São Paulo, junto às instituições de Educação Infantil do município, de 1996 a 1998. Seu objetivo era realizar tanto a identificação dos brinquedos e materiais pedagógicos presentes nas instituições infantis quanto caracterizar seus usos e significações para profissionais que atuavam com crianças de 4 a 6 anos. Foi uma leitura muito rica que nos ajudou na formulação de nosso próprio questionário, na forma com elaboraram as questões e principalmente na forma como organizaram e classificaram os brinquedos.

Está programado para 2009 a aplicação do questionário junto as escolas e a análise dos dados coletados.

A Equipe:

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Divulgando pesquisas sobre a infância

Olá! estou criando hoje um espaço no blog para divulgar alguns trabalhos que considero relevantes sobre o campo de pesquisa da infancia. Como ficou comprovado no I GRUPECI- I seminário de grupos de pesquisa sobre crianças e infâncias que aconteceu em outubro do ano passado na Universidade de Juiz de Fora existem hoje muitos trabalhos significativos sobre o tema. Outros espaços também procuram reunir estas produções como a ANPED e a ANPOCS. Começo pelos trabalhos do grupo que faço parte: Infância, Aprendizagem da Cultura e Práticas Sociais da Faculdade de Educação da UFMG. Abaixo vai a proposta que une os trabalhos agora apresentados.

Coordenadores: Ana Rabelo Gomes e José Alfredo Debortoli.

O Grupo de Pesquisa “Infância, Aprendizagem da Cultura e Práticas Sociais” propõe enfatizar estudos que coloquem no centro de discussão a compreensão dos sentidos e dos significados das experiências de infância, buscando, para isso, aproximar-se de diferentes tempos, espaços sociais e maneiras de ser criança no cotidiano e no contexto contemporâneo. Enfrentamos, ainda, o desafio de investigar como as diferentes práticas culturais das infâncias contribuem para a construção de uma escola diferenciada. Assinalamos, nesse sentido, o esforço de articular e sistematizar possíveis diálogos entre diferentes campos disciplinares que têm como objeto de pesquisa as infâncias, entre elas a pedagogia, a sociologia da infância, a antropologia da criança, a antropologia urbana, a geografia, o urbanismo, a arquitetura, a educação física e os estudos do lazer.
Os dois ultimos textos são produções importantes que temos lido sobre a infancia. O primeiro foi apresentando no encontro da ANPOCS de 2007 escrito por Clarice Nunes e Maria do Rosário Carvalho propõe uma resenha critica das produções mais significativas sobre a antropologia da infancia desde final da década de 80. o segundo também é uma revisão agora sobre o campo da sociologia da infância.

Nos textos voces encontrarão além da bibliografia os e-mails dos autores.

Um abraço!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Museu dos Brinquedos de Belo Horizonte

Em Belo horizonte vamos encontrar um Museu muito interessante. Trata-se do Museu dos Brinquedos. Sua coleção é de aproximadamente 6 mil brinquedos e pertenciam a Luisa Azevedo Meyer. Durante sua vida ela reuniu brinquedos de vários lugares do Brasil e do mundo.

Segundo o próprio Museu sua missão é "conhecer, preservar e difundir o patrimônio cultural lúdico da infância no Brasil, fazendo-o de um instrumento de construção de identidades coletivas e de requalificação das experiências culturais, educativas e cidadãs da criança e do adulto".


Lá vamos encontrar uma infinidade de brinquedos que encantaram muitas gerações desde as antigas e belas bonecas de porcelana, passando por carrinhos, aviões, autoramas, o Lego e muito mais. O museu funciona numa antiga casa tombada pelo patrimônio. A concepção do seu espaço convida adultos e crianças a interagirem com os objetos de forma lúdica aproximando-se muito do universo doméstico, como numa das salas em que os brinquedos ficam guardados em gavetas de um enorme armário (como aqueles da casa da avó que as crianças adoram mexer). Em outra parede, um mapa mundi indentifica os lugares do mundo de origem dos brinquedos daquela sala.
Junto com a exposição o museu oferece oficinas de construção de brinquedos e brincadeiras.

O museu funciona de segunda a sábado. Recebe escolas desde que agendado previamente. No momento seus organizadores pretendem disponibilizar maiores informações do seu acervo em seu proprio site. Vale a pena conferir.

Endereço: Avenida Afonso Pena 2564 bairro Funcionários. Belo Horizonte, Minas Gerais.
Telefone: (031) 3261-3992
www.museudosbrinquedos.org.br

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sobre a importância dos museus dos brinquedos para a infância






Os museus dos brinquedos nos abrem grandes possibilidades de investigação sobre a infância.

Visitar um museu de brinquedos nos coloca num diálogo com a memória e com o imaginário construído sobre a infância. Propõe um olhar especial para o mundo tendo a criança como destinatário desta produção. Nele vamos encontrar diversos objetos criados e mesmo transformados pelos adultos para que produzissem um discurso cultural para as crianças sobre o que seria a sociedade. De objetos voltados para o brincar da criança o brinquedo torna-se registro da história. Em cada brinquedo guardado ali se constitui história condensada, que aglutina contradições, diz e cala, valoriza e omite, nos conta. É como nos afirma Sônia Kramer: “Penso que, no museu, o mais importante não é o que vemos, mas que possamos construir um modo de olhar em que razão e sensibilidade aliadas teçam uma maneira crítica e sensível de ver as coisas e de compreender suas histórias”.

Vamos encontrar nos brinquedos uma infinidade de universos representados (mundo da guerra, tecnológico, dos contos de fadas, profissões, da casa, dos desenhos animados e muitos outros).
Seria mais apropriado dizer que os brinquedos são objetos polifônicos no sentido de que são atravessados por diversos discursos sobre a infância. A partir destes objetos iniciamos um intenso diálogo
• com as imagens de infância guardadas em nossa memória e de outras gerações;
• com as diversas e contraditórias representações de criança e da infância, frutos das práticas culturais estabelecidas na relação adulto-criança;
• com as teorias científicas sobre a relação entre o brinquedo e o desenvolvimento infantil;
• com o jogo entre o brinquedo, a cultura de massas (televisão, cinema, literatura infantil) a indústria cultural do brinquedo e a cultura popular e, por fim, mas não menos importante
• nosso diálogo com a criança que brinca.
Há que se considerar que o brinquedo, por ser um objeto destinado à criança passa por várias modificações e transformações, como a miniaturização, a supressão de detalhes, sua estilização.

A análise da produção dos brinquedos vai nos remeter a diferenciadas formas de administração simbólica da infância. Neste sentido, dizer que a produção dos brinquedos está orientada pela administração simbólica de uma determinada infância significa também afirmar que existe uma diversidade de concepções de brinquedos tanto como existem diferentes matrizes de administração simbólica da infância. Se existem assim tantas imagens diferentes e contraditórias sobre a infância como elas se refletem nos brinquedos produzidos?
No museu temos a real idéia da diversidade que existe num mesmo brinquedo produzido por várias culturas. Ela pode ser tanto regional quanto étnica. Estaríamos assim analisando por exemplo brinquedos produzidos segundo as regiões (brinquedos populares do nordeste, brinquedos da região amazônica) segundo grupos étnicos diferenciados como grupos indígenas (Karajá, Maxakali, Tikuna), comunidades quilombolas, grupos ciganos, crianças dos espaços urbanos e rurais e, não menos importante, os brinquedos produzidos pelos próprios grupos infantis.
Ademais, tendo em vista que através do brincar/brinquedo as crianças percebem afinidades, aprendem a multiplicidade das formas e sentidos e redefinem as coisas retirando-as do seu contexto original para dar-lhes uma nova significação, o brinquedo pode ser usado como suporte de confrontações com significações culturais que se enxertam na dimensão material dos mesmos.
Em nosso blog apresentamos algumas sugestões de sites de museus. Confira!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um pouco sobre os karakuri

Sou um afixionado por brinquedos com movimentos. Um de meus passatempos favoritos é criar novas soluções para introduzir movimentos nos brinquedos que construo. Foi assim que me interessei pelos brinquedos tradicionais japoneses, os Karakuri. Os Karakuri são brinquedos tradicionais japoneses que datam do seculo 17. Feitos de madeira possuem intrincados mecanismos a partir de cordas retorcidas, roldanas e fios que movimentam os personagens em cima das caixas. O que mais me fascina neles são os complexos movimentos aliados a situações e personagens que fazem parte da cultura japonesa, como o fantástico arqueiro que está no vídeo deste artigo. O arqueiro boneco realiza o mesmo ritual composto pelos gestos de mãos, cabeça, olhar, postura similares a um arqueiro real. Acreditem, parece de verdade! No Japão, os brinquedos infantis também são simbolos das história e costumes do país. Karakuri é de grande influência na cultura japonesa até hoje, justamente pela mistura da tradição, da filosofia espiritual e da tecnologia.





"Durante o fechamento do país para o
mundo, no período Edo (1603-1868), quando o Japão desenvolveu uma cultura própria, as bonecas eram vistas como amuleto para afastar pragas de plantações ou garantir um bom parto. Foi então que surgiram as karakuri, bonecas que tocavam instrumentos e dançavam através de um sistema simples de cordas retorcidas, roldanas e fios". (www.animepro.com)


Karakuri são marionetes mecanizadas. A palavra "karakuri" significa um"dispositivo mecânico para provoques, truque, ou ter uma pessoa de surpresa" . Implica elemento de magia, ou mistério. Em ningyō japonês é escrito com as duas personagens distintas, ou seja, pessoa e forma. Pode ser traduzido como fantoche, mas também pelo boneco ou efígie. Elas influenciaram o teatro Noh, o Kabuki e o Bunraku .


Encontramos diversos Karakuris com seus personagens se envolvendo em diversas situações como um passaro alimentando seus filhotes, um aviador se preparando para voar, um robô em movimento, dois macacos lutadores, um arqueiro atirando flexas...
Vale a pena conhecer. Um abraço!

Karakuris By Keisuke Saka

Fontes:
Wikepédia
www.coochicoos.com/toys/paper_toy_karakuri_models_by_k.htm
http://www.bemlegaus.com

Brincantes do Brasil: Entrevista com Lydia Hortélio by Almanaque Brasil

Brincantes do Brasil: Entrevista com Lydia Hortélio parte 2 by Amanaque Brasil