UFMG EDUCATIVA: entrevista brinquedos e brincadeiras e formação da criança
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OUÇA AQUI AS PRIMEIRAS MÚSICAS DE NOSSO CD: produção: Claudio Emanuel, Marilza Máximo e Rogério Correia Direção Musical: Silvia Lima e Christiano Souza Oliveira
Faz assim!
Despedida/ Samba mais eu
territorio do brincar
MUSICAS E APOSTILA DA OFICINA BRINCANTE
terça-feira, 6 de abril de 2010
Brincantes do Brasil: Chico dos Bonecos
Chico dos Bonecos, Francisco Marques é mineiro, nasceu em Belo Horizonte mas é do Sul de Minas (a região que escolheu) é brincante, poeta, tetireteiro (ou mamulengueiro) e tem uma fascinação por um brinquedo que coleciona há muitos anos, o diabolô, jabolô como prefere chamar. É um brincante das palavras. Seu campo é a cultura popular aquilo que a memória coletiva guardou e que até os dias de hoje desperta o interesse de adultos e crianças: lendas, contos, fábulas, cantigas, brinquedos, brincadeiras. Mora atualmente em São Paulo, é autor de vários livros de literatura infantil.
Veja o que falam dele na Editora Peirópolis:
“Sua matéria-prima de trabalho parece ser a impalpável riqueza da oralidade brasileira mesclada com o humor e o resgate da vontade de brincar.
Ele escreve, lê, relê e conta histórias não apenas para a criança, nem para o adulto, mas para a Infância, e, dessa forma, consegue a proeza de puxar ?o fio de uma arte intergeracional ? um verdadeiro cruzaréu de vozes, onde crianças e adultos e velhos e jovens se encontram e se enlaçam e se encantam?”.
Chico foi meu primeiro professor de jogos e Brincadeiras. Isto foi em 1990. Na época cursava Pedagogia na UFMG e ele apareceu num curso da AMEPPE com a oficina “Sapitucas”. Não me lembro se era mesmo este nome mas foi a primeira vez que ouvi esta expressão e acredito que deveria ter sido chamada assim. Muitas malas e dentro delas muitos brinquedos, livros, cacarecos e os bonecos, dois fantoches feitos de cabaça. Ah, já ia me esquecendo da gaita que sempre tocava junto com as musicas e brincadeiras que ensinava. Com ele conheci a importância dos jogos e brincadeiras como linguagem da criança e foi naquele curso que descobri o que faria dali pra frente com meu curso de Pedagogia. No ano seguinte estava oferecendo na mesma instituição junto com mais dois amigos uma oficina também sobre jogos e brincadeiras. Esta longa introdução é somente pra dizer que agradeço muito a ele por ter me aberto este universo que hoje atuo como profissional. Veja aqui alguns trechos de sua entrevista para o museu da pessoa em 2003.
O Jabolô...
“É um brinquedo interessantíssimo, a ideia é assim: são dois cones unidos pela parte mais fina, duas varinhas ligadas por um cordão, você faz girar essa peça no cordão, joga para cima e pega. Um brinquedo de uma riqueza fenomenal, tanto do ponto de vista individual quanto coletivo, porque ele se transforma em um jogo em grupo também. Na França, no final do século retrasado, o jabolô chegou a ser modalidade de esporte, com campeonatos nacionais, principalmente do vôlei. Na época dos nossos bisavós jogavam muito vôlei com jabolô, dois times, a rede no meio, no lugar da bola cada jogador tinha as varetinhas e jogava o jabolô. E aí foi uma coisa interessante, comecei a descobrir várias coisas sobre o jabolô. Tipos de jabolôs diferentes”.
O trabalho com educadores...
“Ao trabalhar hoje com educadores, abordando o brinquedo e a brincadeira na educação, a gente transcende o espaço da escola, quer dizer, por que esses brinquedos e essas brincadeiras não estão na vida das crianças hoje? A gente imagina vários argumentos: o atrativo da tecnologia, a falta de tempo, a vida urbana. Tá, todos são ingredientes, mas o mais importante é o quê? O mais importante é que nós não vemos mais significado nessa cultura. Costumo dizer para os educadores, uma reflexão: se pararmos para pensar nos brinquedos que mobilizaram a nossa infância, vamos descobrir que muitos desses brinquedos nem para os nossos filhos nós ensinamos, e não é porque esquecemos, não é porque não temos tempo, é porque não vemos valor. Bom, se não estamos ensinando nem para os nossos filhos, o que dirá para os nossos alunos?! Então, os meus tios, a minha mãe, a minha avó, brincaram com jabolô. E por que nunca me ensinaram o jabolô? E o jabolô se faz com qualquer tipo de material”.
"E hoje eu dou cursos para professores, trabalho em oficinas com crianças também, vivenciando brincadeiras ou construindo brinquedos. E com o tempo aqui isso foi ganhando um volume de trabalho, acabou virando um espetáculo. Quer dizer, o meu espetáculo saiu da sala de aula, o contrário do que normalmente se faz, o artista tem um espetáculo, e como vai ampliando o campo de trabalho, ele faz isso em escola também. Não, o meu nasceu da escola e virou espetáculo. O que trabalho com os educadores e com as crianças tem formato do espetáculo, dura uns 60 minutos. E o que eu faço é contar histórias, trabalhar com algumas canções que envolvem gestos, mostrar os brinquedos, mas é mostrar os brinquedos dentro de algo meio teatral, meio história".
A criança e o brincar
"E quando nos perguntamos como a criança aprende, tropeçamos na linguagem fundamental da criança, que é o brincar. Brincar, para os adultos, é sinônimo de lazer, passatempo, coisa de fim de semana, falta do que fazer. Para a criança, o brincar é questão de sobrevivência, o único recurso que ela possui para compreender este mundo, para interpretar, para interferir neste mundo. Brincar é a maneira de a criança pensar. Então, vamos nessa perspectiva, tentando entender como a criança aprende, e é isso que desejamos que as professoras façam. Sem postura arrogante, pedante, como se a prática da professora fosse simplesmente uma prática autoritária, uma prática mecanicista. Não, temos que partir da experiência dela. E ao trabalhar com o brincar, a gente trabalha com a infância, muito com a memória da professora. E aí acaba tocando nesse nervo da própria infância".
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Um comentário:
Tive o privilégio de conhecer o Chico uns 18 anos atrás e aprender a contar algumas histórias que ainda fazem parte do meu repertório.
Abraço querido
Fruta pé
Preto pá
Prata pó
Pa, pó, pé. ..
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